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Arquitetos: Paulo Braga + Cristina Amaral
- Área: 3500 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:João Morgado
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Fabricantes: Navarra, Saint-Gobain, VMZINC
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Quinta de Gomariz é uma propriedade com cerca de doze hectares, situada em Cervães, concelho de Vila Verde, com referências históricas conhecidas que remontam ao séc. XIII. O conjunto edificado da quinta, formado pela casa senhorial, torre e capela possui um valor patrimonial notável, encontrando-se em vias de classificação pela DGPC. A quinta chegou ao início do nosso século com as construções completamente arruinadas, funcionando apenas parcialmente a exploração agrícola.
Por decisão dos proprietários, foi definida uma estratégia que, permitindo a reabilitação do conjunto, garantisse a sustentabilidade da intervenção. O aproveitamento turístico surgiu desde cedo como a solução mais indicada, tendo em conta as características ímpares da propriedade.
O início da nossa intervenção deu prioridade aos trabalhos de reabilitação e consolidação estrutural da torre, solar e capela.
Os princípios que nortearam o projeto para a implantação das novas construções foram os mesmos que historicamente foram seguidos para as construções já existentes. A torre manteve-se como o marco mais a nascente, continuando a ser o ponto de partida do conjunto. Os dois eixos existentes, o primeiro marcado pela orientação da implantação dos edifícios (nascente-poente) e o segundo, pelos acessos (norte-sul), ditaram as regras. O eixo nascente-poente foi prolongado para nascente, até ao limite de propriedade, para criação de um novo acesso, face à impossibilidade de alteração do original. Definido este percurso, localizaram-se as novas construções do lado sul, tirando partido do declive, integrando as novas construções no terreno e minimizando o impacto sobre os edifícios com valor patrimonial.
As salas para eventos e as áreas de serviço foram construídas abaixo do piso térreo do solar. O sequeiro e a antiga eira foram preservados, integrados na área destinada a spa e bar. O alojamento distribui-se por três volumes, atenuando assim o impacto da massa construída.
Os materiais utilizados, granito, aço, madeira e vidro, reforçam a articulação e integração das novas construções com o existente.
A madeira foi profusamente utilizada nas construções, nomeadamente em soalhos, tectos, caixilharias interiores e exteriores e em ripados exteriores. Pinho manso nacional em soalhos e escadas, no interior da torre e no solar. Castanho nacional, em tectos no solar, sequeiro e capela e em soalhos no sequeiro e nos quartos. Ripados exteriores em pinho nórdico termicamente modificado, importado, de florestas de produção sustentável.